04 novembro 2022

UMA REFLEXÃO DO DIA DE FINADOS

UMA REFLEXÃO DO DIA DE FINADOS


            Dia 2 de novembro (Dia de Finados) nós que somos cristãos, trazemos no nosso coração a esperança plantada em Deus em que a vida não termina nesse mundo, mas continua na eternidade.

             Para nós maçons, afirmamos que nossos entes queridos estão no Oriente Eterno e pedimos ao Grande Arquiteto do Universo que estes descansem na vida eterna.

           Que a saudade seja transformada em esperança, pois acreditamos na ressurreição, como maçom e cristão destaco dois fatos do livro da Lei Sagrada: primeiro Jesus Cristo chorou por seu amigo Lázaro, quando soube da sua morte, segundo, Jesus bradou em alta voz "Lázaro vem para fora", ou seja, ordenou a ressurreição de Lázaro. Aqui temos a certeza da vida eterna.

              Nesta data destaco que chorar é normal, chorar é até saudável, é expressão de amor, mas o choro não pode maltratar, pois temos que acreditar na vida eterna. Retorno a nossa ritualística, quando iniciamos na maçonaria, recebemos o avental de aprendiz e que no túmulo devolvemos esse avental ao Grande Arquiteto do Universo.


Osvaldo Ferreira de Brito

Acadêmico Titular da Cadeira nº 24 cujo patrono é Pitágoras de Samos


 

02 novembro 2022

REFLEXÃO SOBRE O DIA DESTINADOS AOS MORTOS

 


REFLEXÃO SOBRE O DIA DESTINADO AOS MORTOS

 

       Inicio minha reflexão sobre este dia fazendo um resgate histórico do porquê deste dia, onde surgiu e qual seu objetivo. Para isso transcrevo aqui um resumo feito por Claudio Fernandes em artigo publicado no site mundo e educação.

“O Dia de Finados é celebrado em 02 de novembro no mundo ocidental. Isso ocorre desde a Idade Média, após essa data ter sido sugerida pelo abade Odilon de Cluny.

            Em toda cultura ou civilização houve uma atenção especial dirigida aos mortos, quer essa atenção (ou esse “cuidado”) esteja relacionada a alguma religião, quer não. Observam-se ao longo da história diversos ritos de sepultamentos, como a cremação, a mumificação, o enterro em covas e em urnas de cerâmica ou de pedra, bem como a deposição do corpo dos mortos em mausoléus.

             Grandes monumentos como as pirâmides de Gizé e o Taj Mahal foram erguidos para acomodar os restos mortais de pessoas ilustres. No mundo ocidental, o dia 02 de novembro é dedicado à memória dos mortos. Esse dia, popularizado pela tradição católica, foi instituído no período da Baixa Idade Média.

                

                  Como surgiu o Dia de Finados?

 

               O Dia de Finados, como é conhecido, foi instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], como chamado entre os católicos). Odilo de Cluny sugeriu, no dia 02 de novembro de 998, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele dia, dedicariam suas orações à alma daqueles que já se foram. A ação de Odilo resgatava um dos elementos principais da cosmovisão católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso.


         No estado de purgação, as almas necessitam, segundo a doutrina católica, de orações dos vivos, que podem pedir para elas a misericórdia divina e a intercessão dos santos, da Virgem Maria e do principal mediador, o Deus Filho, Jesus Cristo. Nos séculos da Baixa Idade Média (X ao XV), a prática de orações pelas almas dos mortos tornou-se bastante popular na Europa, ficando conhecida pela alcunha de “Dia de todas as Almas”. Essa prática remonta ao período do cristianismo primitivo, dos séculos II e III, quando os cristãos perseguidos pelo Império Romano enterravam e rezavam por seus mortos nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma.

             Com a descoberta da América e o processo de colonização, o dia escolhido por Odilo de Cluny tornou-se ainda mais popular. Nos dias atuais, apesar do grande processo de secularização que a civilização ocidental sofreu ao longo da modernidade, o Dia de Finados continua a ser uma data especial, na qual a memória dos entes queridos que já se foram nos vem à mente e na qual, também, milhões de pessoas vão aos cemitérios levar suas flores, velas, sentimentos e orações.”                                     Fonte:  https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-finados.htm (acessado em 02/11/2022)


                Agora conhecendo o motivo desta data, venho trazer minhas reflexões sobre este dia. Sabemos que a morte é um grande mistério, passado por todas as civilizações desde o início do pensamento, tudo aquilo que não conseguimos explicar atribuímos a um mistério e geralmente batizamos estes mistérios com nome de deus. Em todas as civilizações percebemos isso com as diversas características e nomenclaturas que são dadas a seres divinos. Mas falar de divindade é assunto para outro tema, me atenho apenas a falar sobre o dia dedicado aos mortos, que como vimos este dia é destinado a uma prática ocidental.

            Para falarmos de morte precisamos falar de vida, e com isso me ponho a refletir porque temos um dia dedicado aos falecidos e não temos um dia dedicado a vida? Todas as datas que poderíamos justificar a celebração da vida, a meu ver são subjetivos, pois todos eles têm um porquê de existir. Toda reflexão feita me chega a um denominador comum, que a celebração da vida ficaria em celebrar a data do nosso nascimento, e isso é realmente interessante, sobretudo porque temos uma data específica para este acontecimento, diferentemente da data oposta que não sabemos o dia que iremos perder o sopro da vida. Isso mesmo vejo a vida como um sopro, algo leve e simples, já escutei o termo o “sopro divino”, porém me apego apenas a leveza do sopro onde vivos somos luz para o mundo e para as pessoas e com um sopro perdemos esta luz.

           Confúcio já dizia "Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro."

             O mais importante para mim é celebrarmos os momentos que vivemos, realizarmos com maestria tudo aquilo que nos pré-dispomos a fazer, sobretudo porque devemos vivenciar com intensidade e sentido todas nossas ações, fazer as coisas sem sentindo é viver no piloto automático. Passado deste estado o que tem no outro estado? Ninguém sabe! Por mais que algumas religiões tentem explicar, sempre será dogmas. Portanto viver e deixar nossa história escrita no universo deve ser nossa missão. Homenagear e lembrar das pessoas a quem desejamos homenagear para mim só serve enquanto estamos vivos, não faz sentido homenagear após morte, o homenageado não sentirá nada. Todo nosso exemplo e ações ficará na memória das pessoas que experimentaram uma relação interpessoal conosco ou com que deixaremos de legado.

          "A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais" (Epicuro). Assim concluo o ponto inicial desta reflexão tão complexa que é refletir sobre a morte, enquanto escrevo estas poucas palavras, vem em minha mente diversos eixos de partida para continuar com a reflexão, pontos como a dor da perda, saudade, legado, aproveitamento do tempo, registro de momentos, e vivenciar momentos. Enfim, é um tema amplo para um bom debate que pode ser doloroso para aqueles que já experimentaram a perda com a morte de alguém querido.


Desejo a você leitor muito axé!

 

"Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses."

Sócrates


JOSÉ WALLAS DE OLIVEIRA COSTA, 22° 

CADEIRA 29 - Presidente da ACML