25 janeiro 2022

BIOGRAFIA DE HUMBERTO DE CAMPOS - PATRONO DA CADEIRA DE Nº 06 - ACADÊMICO SANDRO ÂNGELO DE ARAÚJO OLIVEIRA E VASCONCELOS VILA NOVA


BIOGRAFIA DE HUMBERTO DE CAMPOS - PATRONO DA CADEIRA DE Nº 06 - ACADÊMICO SANDRO ÂNGELO DE ARAÚJO OLIVEIRA E VASCONCELOS VILA NOVA

    Amados irmãos e confrades acadêmicos da ACML, quero poder iniciar esta singela exposição pedindo acuidade na atenção sobre a biografia do patrono da cadeira de numeral seis, dentre as trinta e três de nossa distinta casa de conhecimento maçônico, Humberto de Campos, que por mim era um “ilustre desconhecido” (e digo sem orgulho e sem vexame, pois vim a conhecê-lo apenas ao ser admitido entre esta plêiade de irmãos destacado, no recente dia vinte e oito de outubro do corrente ano, por ocasião da posse da atual Diretoria para o biênio 2021-2023).  Apesar desse demasiado atraso, hoje, com felicidade, posso dizer que é uma presença em minha biblioteca, para além da cabeceira de minha cama, como o foi nesses últimos meses. Conhecer esse poeta, contista, crítico literário, cronista, memorialista, escritor, jornalista, político, e, enfim, esse imortal na Academia Brasileira de Letras, foi, e é, uma descoberta enriquecedora!

      Humberto de Campos Veras nasceu na cidade maranhense de Miritiba, que margeia o Rio Piriá, no dia 25 de outubro de 1886.  Desde o início da vida teve de enfrentar desafios que o forjaram como um ser destinado a superações.  Seu pai faleceu quando ele contava seis anos de idade, e essa perda fez a família migrar para a capital do Estado, tendo ele, ainda novo, trabalhado no comércio de São Luiz, para a subsistência familiar.  Já quase na maioridade, tinha dezessete anos quando mudou-se para o Pará, onde iniciou carreira de jornalista no Folha do Norte e, em seguida, no Província do Pará.  Transferiu-se, no ano de 1912, para o Rio de Janeiro, à época o Distrito Federal, trabalhando no O Imparcial, junto a Goulart de Andrade, Ruy Barbosa e outras proeminências intelectuais e das letras na capital federal.  Como cronista e contista adotou o pseudônimo de Conselheiro XX, com mais frequência entre os outros que usava: Almirante Justino Ribas, Luís Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Bathu-Allah, Micromegas e Hélios, que serviam de pálio para suas publicações mais ácidas e críticas aos poderosos e até colegas de profissão.  Contudo, sua trajetória controversa o distingue dos pares.  Em 1920 foi eleito deputado federal pelo Maranhão, sendo reeleito para outros mandatos, mas tendo o mandato cassado, em 1930, com a revolução/golpe que acabara com a chamada Política do café-com-leite, com a ascensão de Getúlio Vargas (com o assassinato de seu candidato a vice-presidente, João Pessoa, pela Aliança Liberal, deflagrou-se o levante).  Apesar das divergências, sendo admirador de seu trabalho, o presidente o nomeia Inspetor de Ensino na  e, de depois do Museu Casa de Rui Barbosa, encerrando sua carreira eleitoral.  Em 1950, a revista O Cruzeiro publica boa parte de seu diário secreto, com registros a respeito de pessoas de grande notoriedade nas letras, política e sociedade de sua época, incluindo Machado de Assis, Getúlio Vargas, Olavo Bilac, e outros, onde os motivos para a adoção de pseudônimos ficaram claros.

      Autodidata e leitor voraz, teve uma produção de mais de quarenta volumes, com grande ênfase na crônica, sem olvidar de sua poesia, dentre a qual se destaca aqui versos de Nirvana (livro Poeira, de 1910): “Viver assim: sem ciúmes, sem saudades, sem amor, sem anseios, sem carinhos, Livre de angústias e felicidades, Deixando pelo chão rosas e espinhos; Poder viver em todas as idades; Poder andar por todos os caminhos; Indiferente ao bem e às falsidades, Confundindo chacais e passarinhos; Passear pela terra, e achar tristonho Tudo que em torno se vê, nela espalhado; A vida olhar como através de um sonho; Chegar onde eu cheguei, subir à altura Onde agora me encontro - é ter chegado Aos extremos da Paz e da Ventura!  Há também o belíssimo poema, de 1896, sobre um cajueiro, quando na cidade de Parnaíba/PI, onde foi residir quando criança, com sua mãe depois desta enviuvar e onde fez seus primeiros estudos, obra que ilustra a vivência do valor amizade, que merece uma menção de destaque, mas deixarei de reproduzir neste texto, a fim de aguçar nos confrades a vontade na busca por esse gênero e por essa obra.

     Humberto de Campos, em vida, teve reconhecidos seus méritos, sendo lido por muitas e muitas pessoas, incluídas personalidades ilustres.  Com 48 anos de idade, em 5 de dezembro 1934, em função de uma intercorrência cirúrgica, cumpriu o seu ciclo.  Após seu falecimento, os cidadãos da cidade de Miritiba passaram, a partir de instrumento normativo datado do dia 13 de dezembro de 1934, a ser designados pelo gentílico de humbertoenses, uma vez que a terra que o viu vir à luz passou a ser denominada com seu nome, em virtude do legado que deixou para toda a população do país.

     Há algumas curiosidades sobre esse patrono: Com 15 livros publicados pela Federação Espírita Brasileira, após um episódio judicial pela obra Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, com resultado favorável à FEB e a Chico Xavier, Humberto de Campos, por precaução, em 1944, passou a adotar como assinatura Irmão X, nas psicografias do eminente médium; No filme “Divaldo, O mensageiro da paz” (2019), o espírito de Humberto de Campos auxilia o médium Divaldo Franco em uma cena; e o cajueiro continua vivo...

     Agradecido pela atenção, quedo-me à disposição de cada um dos irmãos.  

     Sintam meu abraço fraternal e triplo.

S.V.N.




Casou-se com Catharina de Paiva Vergolino e teve três filhos: Henrique, Humberto Filho e Maria de Lourdes.

 

Humberto de Campos filho escreveu uma biografia intitulada “Irmão X, meu pai”.  Infelizmente, ainda, não tive aceso a essa obra.


No dia 8 de maio de 1920, terceiro a ocupar a Cadeira nº 20, cujo patrono é Joaquim Manoel de Macedo, HUMBERTO DE CAMPOS foi admitido na Academia Brasileira de Letras (ABL).



REFERÊNCIAS

(Livros, fontes de dados, notícia jurídica, entrevista e vídeos)

 

 

Boa Nova

<https://docplayer.com.br/69755851-Francisco-candido-xavier-boa-nova-pelo-espirito-humberto-de-campos.html>

Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho

<https://drive.google.com/file/d/0B9CFzVtKHMeYcFc4SEZHTzA5ZTg/view?resourcekey=0-p4raxMj1EgpdNrWK66_ArA>

 

Academia Brasileira de Letras (ABL)

Fundaçaõ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

https://www.migalhas.com.br/quentes/294062/psicografia-em-1944-chico-xavier-era-processado-por-direito-autoral

http://www.oconsolador.com.br/ano13/642/especial.html

https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-vasovagal/

 

https://www.youtube.com/embed/EWgSQUv8OgQ

https://www.youtube.com/watch?v=SrztgxDSagk

https://www.youtube.com/watch?v=qAPlqqYpOAg

https://www.youtube.com/watch?v=V5vgyTiuKSo

https://www.youtube.com/watch?v=-smqMVJCIpM

https://www.espiritismo.tv/documentarios/humberto-de-campos-o-imortal-da-boa-nova/

http://www.estacaoluzfilmes.com.br/producoes/divaldo-o-mensageiro-da-paz/

https://www.youtube.com/watch?v=CGGu28xBg3w

https://www.youtube.com/watch?v=clSiwsJZXDU


Trabalho apresentado em sessão acadêmica do dia 05 de dezembro de 2021, pelo acadêmico Sandro Ângelo de Araújo Oliveira e Vasconcelos Vila Nova.

19 janeiro 2022

A IMPORTÂNCIA DO VALOR

A IMPORTÂNCIA DO VALOR



    As pessoas só costumam dar valor às coisas quando (quase) perdem. Às vezes, as coisas estão diante dos nossos olhos o tempo todo (nas nossas mãos). E só quando estão fora do nosso alcance é que percebemos o quanto são importantes para nós. A família e os amigos são exemplos que se pode citar. Quantos filhos se tem que não valorizam os seus pais, principalmente, quando estão idosos e que são colocados, muitas vezes, em situações vexatórias ou se apoderam dos seus cartões de benefícios previdenciários e fazem empréstimos de suas contas bancárias, sem a permissão dos mesmos, além de coloca-los para morar em locais nada agradáveis ou, simplesmente, entregam para residirem nos abrigos de idosos, onde ficam distantes dos seus familiares e das pessoas amigas.



    Quantos amigos que fazem o seu melhor para o crescimento e engrandecimento de cada um de nós e, não damos a menor atenção para melhor observar e nutrir o sentimento de gratidão para com esses amigos do bem. Esses familiares e amigos estão sempre juntos e não são vistos. Damos valor, muitas vezes, a coisa sem valor; que nada acrescenta de bom; que nada contribui para nosso crescimento.

 

    Precisamos valorizar os nossos familiares, os nossos amigos, as pessoas que querem o nosso bem. Está na hora de percebermos que nada seriamos se não fosse o trabalho desenvolvido por aqueles que nos criaram; que nos ensinaram; que nos formaram nos cidadãos que somos hoje. É urgente começarmos a refletir qual deve ser nosso compromisso em procurar reconhecer o bem que recebemos, promovendo uma cultura de paz, de harmonia, de respeito, de reconhecimento, de valorização e de solidariedade para com todos aqueles que nos rodeiam.

 

    O tempo passa. Quantas pessoas ouvimos reclamar do tempo que perderam por não valorizar o seu ente querido que partiu. Lágrimas são derramadas, não por saudade daquele que já não está mais entre nós, pois faleceu, mas por remorso. Portanto, é urgente que comecemos a refletir um pouco mais sobre nosso comportamento diante daqueles que fazem parte do nosso dia a dia.

 

    Está atento para valorizar as pessoas que nos cercam, é envelhecer com um sentimento  de amor fraternal vivido e compartilhado em cada momento da vida. É não ter arrependimentos e/ou remorsos. Dar valor as pessoas, simplesmente, valorizar as pessoas nos torna mais fortes e nos aproxima do ideal de ser humano que precisamos construir, sempre compromissado com um mundo melhor onde haja liberdade, igualdade e fraternidade.

 

    Que possamos valorizar não somente quando estamos quase perdendo, mas em todos os momentos de nossa vida. Assim, nossos dias na terra poderão ser multiplicados, estaremos trabalhando no melhoramento do tecido social e estaremos edificando o grande edifício social que está carente de uma atenção especial de todos nós.



Ozéias Caetano da Silva, 33º

Acadêmico

 

14 janeiro 2022

COMISSÃO DE FORMATAÇÃO LITERÁRIA DA ACADEMIA CARUARUENSE MAÇÔNICA DE LETRAS SE REUNE PARA PLANEJAMENTO DO CONCURSO LITERÁRIO 2022.


 COMISSÃO DE FORMATAÇÃO LITERÁRIA DA ACADEMIA CARUARUENSE MAÇÔNICA DE LETRAS SE REUNE PARA PLANEJAMENTO DO CONCURSO LITERÁRIO 2022.

              Na noite do dia 13 de janeiro do corrente ano, a Comissão de Formatação Literária da ACML que é constituída dos acadêmicos Sandro Ângelo Vila Nova, Ozéias Caetano da Silva, Ronaldo Oliveira e Wallas Oliveira, se reuniu para fazer o planejamento estratégico do Concurso Literário que será realizado pela Academia durante o ano de 2022. Muitas foram as propostas apresentadas e discutidas para que seja realizado o projeto que tem a pretensão de fazer a publicação de uma coletânea de textos maçônicos que serão produzidos por maçons pertencentes as Lojas do Oriente de Caruaru. Será um projeto muito importante que envolverá maçons de todas as Lojas da cidade, que terão a oportunidade de ver publicados textos que foram produzidos pelos mesmos, bem como estimular a produção literária dos membros da Arte Real do país de Caruaru. O papel da ACML é estimular a produção literária, não somente dos seus membros, mas da maçonaria caruaruense. Este projeto que está sendo chamado de concurso não será um concurso de acordo com o que temos observado por aí, pois não teremos as regras rígidas que são exigidas em qualquer concurso que se faça, mas uma reunião de textos que serão com temáticas maçônicas de livre escolha de seus autores que, serão selecionados e publicados numa coletânea de textos que serão organizados pela ACML. A partir de fevereiro próximo, o Diretor Presidente da ACML vai convocar um grupo de Acadêmicos que irão visitar todas as Lojas de Caruaru para fazerem a divulgação do presente concurso e será uma ocasião muito oportuna para serem dirimidas dúvidas dos irmãos maçons. 

          O ano de 2022 será muito produtivo para os trabalhos desenvolvidos por nossa Academia e, temos certeza, que todas as Lojas estarão apoiando esta iniciativa que vai engrandecer, em muito, a Sublime Ordem em toda essa região do Agreste de Pernambuco. Muitas atividades estão sendo planejadas para serem executadas durante todo o ano e, com certeza, muitas novidades virão para abrilhantar as instituições maçônicas, a partir do trabalho acadêmico da nossa ACML.

          Nosso Presidente e toda a Diretoria da ACML estão muito comprometidos  com a produção literária para poder, assim, contribuir, ainda mais fortemente, para o crescimento da maçonaria.


Secretaria da ACML.

06 janeiro 2022

EFEITOS DA PÓS MODERNIDADE

EFEITOS DA PÓS MODERNIDADE

         O tempo presente tem muitas diferenças dos tempos de outrora. Costumamos ouvir sempre das pessoas com mais experiências (pelos anos vividos) essa afirmação. Certamente é verdadeira tal afirmação. Vivemos um tempo que os intelectuais  o classifica como pós modernidade e, que percebemos grandes transformações em todos os campos do saber. A sociedade está em constante evolução. Na ciência vivenciamos muitas novidades boas que estão possibilitando o ser humano ter uma vida longa e duradoura. Os avanços na medicina, na produção de medicamentos, nas descobertas de tratamentos para as diversas doenças, na descoberta de vacinas etc, tem oportunizado vivermos bem melhor que os nossos antepassados viveram. Por isso, muitos sentem-se fortalecidos em dizer que o tempo de viver é agora, porque podemos usufruir do melhor que tem sido criado e produzido ao nosso favor. A ciência tem dado saltos de qualidade nas suas investigações e publicações. Isso é fato.

        Na cultura, todo o conhecimento construído acelerou a criação de novos saberes e, se fazendo uso das tecnologias contemporâneas, percebe-se que está mais socialmente inclusiva, o que tem colaborado para as mudanças de paradigmas que antes eram vistos como muros quase que intransponíveis. O Cinema, o teatro, a dança, enfim, tudo sofreu mudanças, transformações, evoluções. Muitos dizem que foi muito bom, outros fazem suas críticas, pois se prendem a aspectos saudosistas de um tempo que passou e não volta mais. O mundo da atualidade é outro. Somos obrigados a acompanhar essa transformação e compreender esse novo momento que estamos vivendo.

        Percebemos transformações em todas as áreas do conhecimento, da produção, da orientação, do comportamento, da organização social, econômica, religiosa etc. O homem voltou ao centro das atenções e tem alcançado sucesso nessa empreitada. E nós, como estamos vendo e vivendo esse tempo? quais tem sido nossas reflexões sobre tudo o que estamos vendo? como estamos conseguindo interagir nessa sociedade em constante transformação? fazemos parte dela mesmo ou estamos imaginando que o nosso tempo não é este que estamos percebendo? Essas perguntas podem parecer muito bobas. Mas, são perguntas sem sentidos mesmo ou não estamos entendendo a realidade do tempo que vivemos?

        As relações humanas, também, sofreram grandes modificações. Tudo hoje se tornou muito passageiro. aquelas relações que se esperavam serem duradouras, já não são mais. Os casamentos são provas cabais que as relações estão líquidas, pois se desfazem sem muito sacrifício. Enfim, observando todos os aspectos sociais, percebemos que vivemos tempos hodiernos, pois as relações sociais e individuais estão muito frágeis. Essa é a constatação que se faz desse momento histórico. 

        Na religião, o grande crescimento de novos grupos religiosos que se espalharam pelo Brasil, fez surgir novas interpretações teológicas que abalaram as estruturas, antes consideradas inabaláveis, e toda essa transformação tem sido muito importante para a inclusão de dezenas de milhares de fiéis que estavam sendo estigmatizados por suas orientações sexuais, bem como pelos novos conhecimentos adquiridos a partir do aprofundamento dos estudos dos textos sagrados.

        Esse é o tempo bom para se viver, onde temos liberdade de escolha, onde o avanço do saber nos proporcionou uma melhor qualidade de vida. O progresso humano tem possibilitado termos uma vida longa, gozando de saúde. Temos acesso o que de melhor foi produzido ao longo da história humana. aproveitemos, portanto, para viver e curtir essa vida que temos. É preciso deixar de reclamar da vida, das dores, das tristezas, da idade e começar a agradecer o dom da vida. Libertar-se dos traumas do passado e procurar dar sentido novo a vida para seguir em frente. Vivendo cada dia, cada momento e gozar de muita felicidade, promovendo a paz e a concórdia para com todos. Sua felicidade depende única e exclusivamente (apenas) de você.

A Sublime Ordem nos oferece princípios basilares para que, através do conhecimento milenar construído e compartilhado com seus membros, possam nos empoderar de tais conhecimentos e, assim podermos interferir positivamente na sociedade em que vivemos e convivemos, diante deste tempo pós-moderno, para darmos nossa colaboração na construção do edifício social a partir do fortalecimento do tecido social. Somos pedreiros nessa construção, mas não esqueçamos que, também, somos as pedras que precisam ser lapidadas para que a obra do edifício seja concluída com perfeição.


Ozéias Caetano da Silva, 33º

Acadêmico Titular da Cadeira nº 08 – Patrono: Monteiro Lobato