04 abril 2023

TRABALHO DE APRESENTAÇÃO DE UMA SÍNTESE DA BIOGRAFIA DO PATRONO DA CADEIRA Nº 27 - ALLAN KARDEC


 

TRABALHO DE APRESENTAÇÃO DE UMA SÍNTESE DA BIOGRAFIA DO PATRONO DA CADEIRA Nº 27 - ALLAN KARDEC


         A Academia Caruaruense Maçônica de Letras - ACML - se reuniu no dia 02 de abril do corrente ano para deliberar sobre matérias do seu interesse e, na ocasião, o Acadêmico Valdeci Amaral de Melo, Titular da Cadeira nº 27, cujo patrono é Allan Kardec, fez uma reflexão sobre a importância do Patrono de sua Cadeira para a humanidade e apresentou uma síntese de sua biografia. A ACML, por este canal de comunicação, faz o registro da importância do trabalho apresentado e publica a matéria para conhecimento de todos.

                                          Biografia Allan Kardec        

           Nasceu em Lyon França, Hippolyte Léon Denizard Rivail no dia 03/10/1804, filho do juiz Jean Baptiste Antoine Rivail e de Jeanne Louise Buhamel, descendente de antiga família católica com tradição na magistratura e advocacia, desde cedo manifestou propensa inclinação para o magistério, iniciando seus estudos em sua terra natal, e posteriormente sendo transferido para  escola de Pestalozzi, no Castelo de Yverdon em Yverdon-les-Bains na Suíça, tornando-se um de seus maiores discípulos e ativo propagador de seu método que contribuiu na reforma do ensino na França e Alemanha, aos 18 anos bacharelou-se em Ciências e Letras, no ano de 1824.

         Voltando ao seu País com o domínio de vários idiomas (Inglês, Italiano, Francês, Espanhol, Neerlandês), começou fazendo traduções de obras do educador François Fenelon ao qual se identificava com seu conteúdo. Sua vida de pedagogo era intensa, ele oferecia palestras, cursos de química, física, anatomia e astrologia, escreveu diversos livros pedagógicos dentre os quais destacavam-se: 

·   1824 – Curso prático e teórico de aritmética

·   1828 – Plano proposto para melhoria da instituição pública

·   1831 – Gramática Francesa Clássica

·  1831 – Qual sistema de estudo mais consertâneo com as necessidades da época

·  1846 – Manual dos exames para títulos de capacidade: soluções racionais de questões e problemas de aritmética e da geometria.

·   1848 – Catecismo gramatical da linguagem francesa

·   1849 – Programa de cursos ordinários: Química, Física, Astronomia, Fisiologia.

·   1849 – Ditados normais dos exames da municipalidade da Sorbona.

          Sua intenção como pedagogo foi lutar para uma maior democracia de ensino público, em 06/02/1832 casou-se com Amélie Gabrielle Boudet, que participou ativamente no funcionamento das escolas de ensino, o professor Rivail foi iniciado na segunda loja escocesa de Paris, segundo o pesquisador Dr. José Castellani, o que consta naquele oriente, foi influenciado por vários jargões maçônico que levou para sua doutrina.

           Lista dos principais diplomas obtidos por Denizard Rivail durante a sua carreira de professor e diretor de colégio:

· 1829 - Diploma de fundador da Sociedade de Previdência dos Diretores de Colégios e Internatos de Paris.

· 1847 - Diploma da Sociedade para a Instrução Elementar. Secretário geral: H. Carnot.

· 1837 - Diploma do Instituto de Línguas, fundado em. Presidente: Conde Le Peletier-Jaunay.

·  1835 - Diploma da Sociedade de Educação Nacional, constituída pelos diretores de Colégios e de Internatos da França. Presidente: Geoffroy de Saint-Hilaire.

·  1829 - Diploma da Sociedade Gramatical, fundada em Paris em 1807, por Urbain Domergue.

·   1828 - Diploma da Sociedade de Emulação e de Agricultura do Departamento do Ain (Rivail fora designado para expor e apresentar em França o método de Pestalozzi).

· Diploma do Instituto Histórico, fundado em 24 de Dezembro de 1833 e organizado a 6 de Abril de 1834. Presidente: Michaud, membro da academia francesa.

· Diploma da Sociedade Francesa de Estatística Universal, fundada em Paris, em 22 de Novembro de 1820, por César Moreau.

· Diploma da Sociedade de Incentivo à Indústria Nacional, fundada por Jomard, membro do Instituto.

· Medalha de ouro, 1º prêmio, conferida pela Sociedade Real de Arrás, no concurso realizado em 1831, sobre educação e ensino. 

           Em 1852 iniciou suas experiências com o mundo da espiritualidade, focava sua atenção para os fenômenos conhecidos como espírita, ele fez profundas investigações e registros minuciosos nos EUA, Reino Unido e Alemanha, tomou conhecimento das “mesas girantes” e da “escrita mediúnica” ou “psicografia” fenômeno que testemunhou e passou a se comunicar com os espíritos, teve contato com um espírito que se apresentou para ele como “espírito familiar” que orientou os seus trabalhos, o pseudônimo Allan Kardec foi revelado por essa entidade, nome de uma vida passada entre os druidas do povo celta na região da Gália.

       Esse trabalho transforma completamente a perspectiva do futuro, a vida futura deixa de ser uma hipótese para ser uma realidade, tira-se o véu, o mundo espiritual aparece na plenitude de sua realidade prática. A partir daí, Kardec começa a notar toda a compreensão, conhecimento, científico e moral procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental, comparando, canalizando e montando o conhecimento da causa, toda apresentação do seu trabalho e de origem do espirito, toda essa teoria é que veio resumir e explicar os fatos. A codificação é o conhecimento disperso agora analisado, burilado, pontuado, organizado, com afirmativas concretas.

         Allan Kardec publicou cinco obras básicas de estudo sobre o espiritismo, e nos deixou outras para complemento de estudos específicos.

  1. ·         O livro dos espíritos
  2. ·         O livro dos médiuns
  3. ·         O evangelho segundo o espiritismo
  4. ·         O céu e o inferno
  5. ·         A gênese

Outras Obras:

  1. ·         Revista Espírita
  2. ·         O espiritismo em suas expressões mais simples
  3. ·         Viagem espírita
  4. ·         Brochura (resumo das leis e fenômenos espiritas)
  5. ·         Revista coletânea. Carácter e revelação espírita

Obras Póstumas

  1. ·         Catálogo racional de obras para se fundar uma biblioteca
  2. ·         Instrução prática sobre manifestação espírita
  3. ·         O principiante espírita
  4. ·         A obsessão

 

   Não tomando para si o mérito da obra em sua peregrinação, dizia que era apenas o sistematizador e não o inventor do espiritismo e testemunhava “Vi, observei, coordenei e procuro fazer compreensível aos outros o que eu mesmo entendi”

   Seu desencarne ocorreu em 31/03/1869 aos 64 anos, está sepultado no cemitério Pere Lachaise Paris acima de sua tumba seu tema “Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a lei”.

 


Ir. Valdeci Amaral de Melo

Acadêmico Titular da Cadeira nº 27

Patrono: Allan Kardec

 

03 abril 2023

FLEXIBILIDADE INTERIOR

FLEXIBILIDADE INTERIOR

           "Adaptar-se às mais diversas situações é algo que o ser humano deve aprender ao longo da história. Tal realidade, desde os tempos mais remotos, fizera muitas vezes submeter à própria vontade como condição para novos progressos.

           Um discurso recorrente afirma que, diante de um cenário hostil, "sobrevive o mais forte". Já uma tradição oral japonesa, muita antiga, reflete que há dois tipos de força: a força exterior e a força interior. Contudo, também traz uma advertência: "a força exterior definha com o acúmulo dos anos. enquanto a interior é perene e aumenta com a idade".

            Ser forte em nada se assemelha a uma pessoa fisicamente favorecida. Mas, se alguém que é forte na essência, no seu interior, e que por meio dessa habilidade é capaz de tomar as melhores decisões, adaptar-se a novos cenários, compreender e assimilar novas perspectivas.

             A flexibilidade como competência passa, invariavelmente, pela habilidade da escuta ativa. Assim uma pessoa flexível é aquela capaz de ouvir, verdadeiramente, o outro, de acolher, inclusive, o não dito (as entrelinhas).

           O maçom que se permite ouvir, integralmente, opiniões contrárias às suas, demonstra flexibilidade por entender que há sempre a possibilidade de fazê-las caminhar ao seu lado sempre que houver interesse de se adaptar a elas.

         Voltaire, filósofo iluminista francês, a seu tempo já identificava a importância de se aceitar que existem outras realidades diante de diferentes pontos de vistas. Credita-se a ele comumente a célebre frase: "eu não concordo com uma do que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las".

Obs.: Texto original publicado em 18 de julho de 2013 por Luciano Borges. Cópia postada em 03 de abril de 2023 por Erasmo José Gonçalves dos Santos como reflexão acadêmica que apresentou na sessão do dia 02 de abril de 2023.


Ir. Erasmo José Gonçalves dos Santos
Vice-Presidente da ACML
Acadêmico Titular da Cadeira nº 31 cujo Patrono é José Castellane