12 novembro 2021

QUANDO CHEGAMOS AO GRAU DE MESTRE

QUANDO CHEGAMOS AO GRAU DE MESTRE

        Após  passarmos o momento de reflexão e introspeção, minimizarmos a curiosidade natural que todo ser humano tem em querer descobrir o oculto e conhecer o desconhecido, que de nada mau tem, pois isso faz parte da natureza humana. Damos o SIM, e ingressamos na Maçonaria recebendo a luz!

        Passado toda euforia inicial, assim como um namoro no início. Temos um momento de maturação, a paixão vai passando, e o que vai surgindo é um sentimento que traz dois caminhos:  um repudia e repele este encontro e a junção de ambos, pois, com o tempo vai acabando o encanto e vamos percebendo o "defeitos" daquela pessoa. Com isso, inconscientemente, vamos de maneira sistemática elencando as incompatibilidades e mais cedo ou mais tarde iremos romper este namoro. Outro sentimento que pode surgir é o amor, que nos leva a compreender e aceitar o outro como ele é; sem a necessidade de ficar focado nos "defeitos", pois com a maturidade do relacionamento, vamos compreendendo que ambos tem qualidades e falhas, mas juntos somam mais positividade percebendo assim a necessidade de estarem juntos, completando assim um ao outro. Estes sentimentos citados são opostos, ou surge um que leva a união ou surge o outro que leva a separação. Daí a importância do interstício de pelo menos um ano que o grau AM tem para galgar outro grau. Independentemente da qualidade, maturidade, posição e/ou conhecimento que o neófito tenha, ao receber a luz, ele irá passar por este período de enamoramento com a Ordem, daí sim fazer sua escolha. Claro que isso não é uma regra, mas é um processo oculto que ocorre com todos os iniciados em seu interior e sua consciência, cada um com seu tempo, mas nunca antes de uma ano, pois maturidade só existe com tempo e vivência, e estas duas não podem ser fabricadas ou compradas.

        É válido ressaltar nesta reflexão também duas características importantíssimas que os irmãos mais experientes precisam entender e praticar. A primeira delas é que por mais prodígio que seja o neófito ele deve ser tratado como tal (um aprendiz, um neófito), e nunca confundido ou comparado com um mestre. Isso é um erro que muitos irmãos e Lojas cometem. Devemos compreender o estado, nível e tempo de cada um. A segunda é, nunca desprezar as instruções básicas dos Ritos e da Ordem, estas, servem de alicerce para formação da personalidade maçônica do iniciado e tem uma importância grande nas escolhas que o instruído irá tomar.

        Costumo dizer e compartilho do sentimento e entendimento que, em todo processo de aumento de salário, o candidato além de ser sabatinado e ter produzidos peças de arquitetura que dê condições ao aumento de salário, ele deverá fazer uma introspecção a respeito da continuidade na Ordem. Pois cada degrau que subimos, adquirimos mais responsabilidades, mas, entendo também que esta evolução ela é continua e necessária para a sobrevivência da Ordem. E o SIM que demos foi exatamente para esta continuidade.

        Passado então todo o processo de maturação e evolução chegamos a plenitude maçônica, esta plenitude se dá quando atingirmos o grau de Mestre Maçom. Sem dúvida o segundo momento mais importante de um maçom é sua exaltação. O primeiro é quando recebemos a luz ao iniciarmos e o segundo é a exaltação, com todo simbolismo que este momento representa e toda significação que a cerimônia traz, é através dela que é feita a primeira conexão com a egrégora universal e sua conexão espiritual. O maçom em sua plenitude traça agora três caminhos paras percorrer de acordo com seu tempo e objetivos, cada um deles, importante e necessário: o primeiro deles sem grau de hierarquia, mas apenas para ilustra-los é:

        Buscar o aprofundamento no estudo da filosofia do Rito que ele pratica e com isso galgar a evolução dos graus e elevar ainda mais o processo de reflexão sobre a ordem, trabalhando a dimensão do pensamento que contribui para a personalidade do homem através dos ensinamentos, instruções e filosofia, e os frutos deste processo são membros mais evoluídos inseridos na sociedade, colaborado como agentes transformadores e construtores de uma nova sociedade, melhor voltada aos princípios éticos e sociais.

        Como segundo caminho temos aqueles que projetam e planejam dirigir e presidir uma loja, este caminho requer um nível de responsabilidade maior por parte do mestre, pois o papel de líder traz consigo atribuições que exigem renúncias e sacrifícios, além de muita dedicação. É bem verdade que as vezes nos deparamos com veneráveis que fazem apenas o feijão com arroz, e tem outros que não fazem nem isso, mas, precisamos entender que somos parte de um todo e antes de criticar e nos desanimar com a liderança vamos fazer nossa parte e colaborar. Para quem fez a escolha de estar como líder da Loja cabe uma série de reflexão em um outro capitulo oportuno assim farei. 

Por último, temos o caminho de colaborar com a instituição maçonaria ajudando na gestão da mesma e no progresso da Ordem, este caminho podemos chamar também de continuidade. Clareado uma trajetória maçônica observamos que ao chegar ao grau de mestre podemos avançar nos graus filosóficos, podemos ser Venerável de Loja e para aqueles que querem ir mais além, podem ser agentes multiplicadores da Ordem, colaborando com Lojas que precisam de ajuda ou na gestão do grão mestrado e porque não ser um Grão Mestre também? Vai de acordo o com o objetivo que traçamos para nossa vivência na Ordem;

        O mais importante para nós é sabermos que ao chegarmos ao Grau de Mestre, NOSSA MISSÃO NÃO ACABA, ELA ESTÁ INICIANDO! Precisamos compreender que ser maçom, é ser iluminado, é levar luz, chegar ao grau 33, ou ao último grau do seu rito, não significa dizer que sua missão acabou, ser Venerável Mestre de sua Loja não significa dizer, que seu planejamento acabou, participar da gestão do grão mestrado e se tornar Grão Mestre, não significa que seu projeto acabou. Tudo isso são fases e estágios que nem todos precisam passar ou atingir, mas o importante é: o que sua trajetória maçônica vai deixar? Qual foi sua contribuição e onde você poderá sempre contribuir? Sem pensar em perpetuações. Precisamos entender qual a nossa missão? Os estágios e fases nós planejamos e executamos, a missão é diferente, nós a vivenciamos. Precisamos entender que ser maçom é um sacerdócio, portanto temos compromissos perpétuo.


        Reflitamos...

 


José Wallas de Oliveira Costa

Diretor Presidente da ACML


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